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Roteiro para Reunião Mensal Julho 2017 – Pastoral Litúrgica

Roteiro para Reunião Mensal Julho 2017 – Pastoral Litúrgica


Acolhida:
Acolher com alegria quem chega, entregar o roteiro, os cantos e um cartãzinho em forma de folha verde onde pode-se escrever:


Ambiente:
Altar com forro verde, velas e a Palavra de Deus. Colocar próximo ao altar flores e plantas verdes.

Oração Inicial
Canto:
Deus, nosso Pai protetor,
dá-nos hoje um sinal de tua graça!
Por teu ungido, ó Senhor,
estejamos pra sempre em tua casa!

1. Ó Senhor, põe teu ouvido
bem aqui, pra me escutar.
Infeliz eu sou e pobre,
vem depressa me ajudar!
Teu amigo eu sou, tu sabes,
só em ti vou confiar.

2. Compaixão de mim, Senhor
Eu te chamo, noite e dia.
Vem me dar força e coragem
e aumentar minha alegria.
Eu te faço minha prece,
pois minh'alma em ti confia.

3. Tu és bom e compassivo
e a quem pede, dás perdão.
Dá ouvido a meus pedidos:
meu lamento é oração.
Na hora amarga eu te procuro,
sei que não te chamo em vão.

4. Não existe nenhum deus,
para contigo se igualar,
nem no mundo existe nada
que se possa comparar
às belezas que na terra
teu amor soube criar.


Invocação ao Espírito Santo

Vinde, ó Santo Espírito,
vinde, amor ardente,
acendei na terra
vossa luz fulgente.
Vinde, pai dos pobres:
na dor e aflições,
vinde encher de gozo
nossos corações.
Benfeitor supremo
em todo o momento,
habitando em nós
sois o nosso alento.
Descanso na luta
e na paz encanto,
  no calor sois brisa,
conforto no pranto.
Luz de santidade,
que no céu ardeis,
abrasai as almas
dos vossos fiéis.
Sem a vossa força
e favor clemente,
nada há no homem
que seja inocente.
Lavai nossas manchas,
a aridez regai,
sarai os enfermos e a todos salvai.
Abrandai durezas
para os caminhantes,
animai os tristes,
guiai os errantes.
Vossos sete dons/ concedei à alma
do que em vós confia:
virtude na vida,
amparo na morte,
no céu alegria. Amen.

Recordação da vida
(Recordar em especial os acontecimentos da vida litúrgica da Igreja em geral e da comunidade local. Recordar as motivações que teremos para celebrar no mês de julho)

Cantar: recordações, lembranças da vida, sofrida e querida na festa e na dor, recebe nas mãos a recordação dos filhos e filhas amados, Senhor.









Mantra/Aclamação
A Palavra está perto de ti, em tua boca, em teu coração!

Mateus 28, 16-20
16 Os onze discípulos foram para a Galiléia, ao monte que Jesus lhes tinha indicado. 17 Quando viram Jesus, ajoelharam-se diante dele. Ainda assim, alguns duvidaram. 18 Então Jesus se aproximou, e falou: «Toda a autoridade foi dada a mim no céu e sobre a terra. 19 Portanto, vão e façam com que todos os povos se tornem meus discípulos, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, 20 e ensinando-os a observar tudo o que ordenei a vocês. Eis que eu estarei com vocês todos os dias, até o fim do mundo.»


Preces:
Fazer um momento de preces espontâneas, depois de cada um pode-se cantar:
“A igreja vos pede oh Pai, Senhor nossa prece escutai.”

Encerra-se o momento das preces rezando o Pai Nosso








Estudo de temas

Se o grupo for grande pode-se dividir em quatro grupos, se for menor escolham, pelo menos, dois temas de estudo. (veja os temas em anexo abaixo)
Cada grupo vai ler o texto e responder às perguntas:
1. Quais as idéias mais importantes do texto?
2. O que o texto tem há ver com nossa realidade concreta?
3. O que podemos fazer para relacionar as idéias dos textos com vivência da liturgia nas celebrações deste mês?

Faz-se uma apresentação de cada grupo para os outros grupos. Escolhem-se as sugestões que possam ser assumidas pela Pastoral Litúrgica como um todo.



Encaminhamentos práticos da Pastoral Litúrgica
Ver as questões a serem encaminhadas sobre formação, reuniões e organização das equipes de celebração, etc...



Oração Final

Nós vos agradecemos, Senhor,
e vos bendizemos, pois, muitas vezes e de modos diversos
falastes outrora aos pais pelos profetas;
agora, nestes últimos dias,
nos falastes por vosso Filho,
a fim de manifestar por ele a todos nós
as riquezas da vossa graça.
Tendo-nos reunido
para aprofundarmos as Escrituras,
suplicamos a vossa bondade
para que nos compenetremos
do conhecimento da vossa vontade
e nos façais produzir frutos de boas obras,
agradando-vos em todas as coisas.
Por Cristo, nosso Senhor. Amém.

Oração de benção
O Deus, Pai das misericórdias,
que enviou ao mundo a sua Palavra
e ensinou através do seu Espírito
toda a verdade,
nos faça arautos
do seu amor no mundo. Amém.

Despedida e abraço da Paz

Motivar todos a saudarem-se com abraço da paz.

Canto Final
1. Quero ouvir teu apelo, Senhor,
ao teu chamado de amor responder.
Na alegria te quero servir,
e anunciar o teu Reino de Amor!

E pelo mundo eu vou,
cantando teu amor,
pois disponível estou,
para servir-te Senhor! (Bis)

2. Dia a dia, tua graça me dás,
nela se apoia o meu caminhar.
Se estás a meu lado, Senhor,
o que, então, poderei eu temer?


Textos para o Estudo


Texto 1 – Grupo 1:

Tempo Comum É um tempo de espiritualidade sacramental.
Dom Eurico dos Santos Veloso

Como um rio que emerge e depois se oculta, após o Tempo do Natal e antes da Quaresma e, depois da Páscoa, temos o Tempo Comum. É nosso tempo de cotidianidade, da vida comum. Também nesse tempo, sem acontecimentos notáveis, o Espírito guia o povo de Deus.

O cotidiano é o chão de onde brota a espiritualidade do Tempo Comum. Um tempo que pode tornar-se espaço especial de graça, pois se encontra sob a custódia do Espírito que pousou sobre Jesus na festa do seu Batismo e que nos foi dado na solenidade de Pentecostes. É o Espírito nos conduzindo à comunhão da Trindade e à verdade plena, recordando-nos e ensinando-nos tudo o que o Senhor Jesus disse e fez.

É um tempo de espiritualidade sacramental.

Do décimo terceiro ao trigésimo primeiro domingo, Jesus empreende a demorada viagem para Jerusalém. É uma viagem teológica e de julgamento. Ele não julga nem condena, mas, a partir de suas ações e palavras, as pessoas se posicionam. “Quem não está comigo, está contra mim. Quem não recolhe comigo, espalha.”

São 33 ou 34 semanas em que evocamos o mistério de Cristo em sua plenitude, o que Cristo fez e disse para nossa salvação, sua pregação e os sinais, sua morte e ressurreição.

Durante o Tempo Comum, são celebradas quatro solenidades: Santíssima Trindade, Corpo e Sangue de Cristo, Sagrado Coração de Jesus e Cristo, Rei do Universo, que encerra o Tempo Comum, aprofundando a realeza de Cristo e a sua parusia, isto é, a segunda vinda de Jesus no final dos tempos.

A cor litúrgica é o verde, que simboliza a esperança. Dia após dia, o cristão converte-se e se conscientiza de seus deveres através da participação das celebrações dominicais.

Texto 2 – Grupo 2:
O Significado do Tempo Comum
Dom Orani João, Cardeal Tempesta

Na liturgia, celebramos a vida de Cristo desde as promessas do Messias: sua Encarnação no seio da Virgem Maria, passando pelo seu Nascimento, Paixão, Morte, Ressurreição até a sua Ascensão e a vinda do Espírito Santo. Mas enquanto civilmente se comemoram fatos passados que aconteceram uma vez e não acontecerão mais, (embora muitos desses fatos influenciem a nossa vida até os dias de hoje), no Ano Litúrgico, além da comemoração, vivemos na atualidade, no dia-a-dia de nossa vida todos os aspectos da salvação operada por Cristo. A celebração dos acontecimentos da Salvação é atualizada, tornada presente na vida atual dos crentes.
No Ano Litúrgico, a cada Natal é Cristo que nasce no meio das famílias humanas, é Cristo que sofre e morre na cruz na Semana Santa, é Cristo que ressuscita na Páscoa, é Cristo que derrama o Espírito Santo sobre a Igreja no dia de Pentecostes. De forma que, ao fazermos memória das atitudes e dos fatos ocorridos no passado, essas mesmas atitudes e fatos tornam-se presentes e atuantes hoje, no aqui e agora da vida.
O Ano Civil ocidental começa em 1º de Janeiro e termina em 31 de Dezembro. Já o Ano Litúrgico começa no 1º Domingo do Advento (cerca de quatro semanas antes do Natal) e termina no sábado anterior a ele. Podemos perceber, também, que o Ano Litúrgico está dividido em “Tempos Litúrgicos”. O Ano Litúrgico da Igreja é assim dividido: Advento, Tempo do Natal, Tempo Comum (1), Tempo Quaresmal, Tempo Pascal e Tempo Comum (2). Além dos tempos, que têm características próprias (Advento, Natal, Quaresma e Páscoa), restam no ciclo anual trinta e três ou trinta e quatro semanas nas quais são celebrados, na sua globalidade, os Mistérios de Cristo, que chamamos Tempo Comum durante o ano.
Com a semana que segue à Festa do Batismo de Jesus, inicia-se o chamado Tempo Comum do ano litúrgico. O Tempo Comum celebra o “mistério”, na sua globalidade. Realiza isso pela constante referência à Páscoa, que caracteriza os domingos, assim acompanhando e orientando o caminho pascal do povo de Deus, no seguimento de Jesus, rumo ao cumprimento da história.
O Tempo Comum pode nos levar a refletir sobre a espiritualidade desse tempo do ano e sobre o sentido do tempo como dom de Deus. Chama-se “tempo comum” para distinguir dos demais momentos. No Ano Litúrgico, como em nossa vida, existem tempos fortes de festa e tempos ordinários, comuns.
Mas, como fazer com que no Tempo Comum não caiamos em tempo de rotina? Primeiramente, devemos alimentar nossa vida naquela fonte rica dos tempos fortes que celebramos. Cristo quer encarnar-se cada dia através dos tempos.
Outra maneira de valorizar e superar a rotina do Tempo Comum é encontrar o extraordinário no comum. Como no Ano Litúrgico, em nossa vida nem sempre existem grandes acontecimentos. Importa aproveitarmos as menores coisas para aí detectarmos as coisas grandes, as realidades permanentes e eternas. Iluminados e fortificados pelo Espírito, podemos viver, na monotonia e na rotina do dia-a-dia, o mistério pascal de morte e vida. As grandes coisas que propusemos serão coisas grandes quando feitas com amor.
Atualmente, esse tempo na liturgia é dividido em 3 anos, com suas leituras próprias. O Tempo Comum nos leva a valorizar o tempo que Deus nos concede. Os grandes e os pequenos acontecimentos são percebidos no tempo e, por outro lado, os acontecimentos nos fazem perceber o tempo. O Tempo Comum nos convida a entrar no mistério das grandes pequenas coisas. É fácil deixar-se inebriar pelas grandes festas que costumam deixar uma gota de amargor. Difícil é fazer com que as pequenas coisas e pequenos acontecimentos se tornem eloquentes. O raiar do dia será cada novo dia se vivermos o seu significado, se for um encontro com o sol da vida, Jesus Cristo. O trabalho mais despretensioso e oculto será um evocar a maravilhosa capacidade do homem de dominar a terra, participando do poder criador do próprio Deus.
Que o Tempo Comum na experiência semanal da Páscoa pela celebração do Domingo nos proporcione mais tempo para a reflexão sobre as coisas mais ordinárias do dia-a-dia, levando-nos a descobrir e a viver os acontecimentos antes de tudo em nós mesmos. O Tempo Comum nos fará compreender que nossa vida espiritual é um processo lento e gradual.


Texto 3 – Grupo 3:
Tempo Comum
Dom Carmelo Scampa


É do nosso conhecimento que o Ano Litúrgico celebra, por etapas, o mistério de Cristo que vem, nasce, se manifesta, enfrenta a paixão e a morte, envia o Espírito, etc. Muito importante é não esquecer também outros aspectos da existência de Cristo, como por exemplo, os 30 anos de vida escondida em Nazaré, o caminho ordinário de Jesus. Tudo foi “evento de graça e de salvação”.

No Tempo ordinário do Ano litúrgico são colocados dois períodos – um mais breve e outro mais comprido – conhecidos mesmo como Tempo Comum. Falando de Tempo Comum, não significa falar de um Tempo inferior, sem qualificação, sem propostas e provocações, muito pelo contrário. É um tempo carregado de provocações fundamentais. Gostaria de evidenciar somente algumas dessas provocações, simplesmente como iluminação e sem a pretensão de aprofundá-las porque não é este o momento.

1. Em primeiro lugar, partindo da cor litúrgica do Tempo Comum, que é o verde, sublinho que é Tempo de ESPERANÇA e de ESPERA. ESPERANÇA com letras grandes mesmo, não de esperanças efêmeras, penúltimas, mas daquela Esperança que dá sentido aos sofrimentos do tempo presente, que abre o coração para a volta definitiva do Senhor e que faz gritar à Igreja, sobretudo no momento da celebração eucarística “vem Senhor Jesus”, Maranathá. A Esperança que não decepciona é fundamental recuperá-la na vida espiritual ordinária para não viver de ilusões, de frustrações e de esforços que claramente dizem que estamos construindo sobre a areia e não sobre a rocha.

2. O Tempo ordinário, ou Comum, evidencia também outro aspecto básico da vida cristã: “Vem e segue-me”. Portanto é um Tempo de seguimento e de discipulado do Senhor, conhecido mais profundamente nos seus gestos e palavras. Daí a fundamental importância das leituras bíblicas do lecionário que ajudam neste esforço de entrar no mistério de Cristo para seguir seus passos, seus exemplos, seus ensinamentos e desta forma se tornar discípulos dele. O trabalho é lento, meditativo, mas essencial para não viver uma vida cristã oca e de eventos que não deixam rastos e sinais verdadeiros de seguimento do Mestre.

3. Um terceiro ponto que me parece significativo é recuperar exatamente a importância do que é “comum”, “ordinário”. A vida de todos é feita de gestos e ações simples e despercebidas. É impressionante saber que dos 33 anos de vida de Cristo, 30 foram vividos no escondimento de Nazaré! Também aqueles 30 anos foram anos de salvação, foram “Kairós” e não simplesmente uma sequência cronológica de fato sem importância. A lei da encarnação evidencia a dimensão do que é “comum” na vida da pessoa e da história. O arroz e feijão de cada dia nos proporcionam o básico e o essencial para a sobrevivência. Naturalmente isso tudo deve ser objeto de catequese, de formação, de aprofundamento para não banalizar as provocações litúrgicas ou reduzi-las a ritos sem consequência e enriquecimento.

4 Um outro aspecto que merece atenção no Tempo Comum é o Domingo, a única festa que quebra o ritmo desse período. Normalmente neste Tempo não há celebrações significativas como nos demais Tempos do ano, mas o Domingo, Páscoa semanal do Senhor, é um ponto forte a ser recuperado na sua pureza e beleza. Há documentos da Igreja (veja São João Paulo II), além do Concilio Vaticano II, que falam detalhadamente sobre o Domingo, festa primordial que não pode ser substituída por nada. No Tempo Comum o Domingo brilha como uma pérola polida e que deve ser completamente valorizada. O que ritma a importância do Domingo é o lecionário, enriquecido com a reforma litúrgica. Se a gente não fica de olhos abertos, gradualmente vamos perder o sentido autêntico do “primeiro dia da semana” para substitui-lo com o “fim de semana”, dia de lazer e de passeio.
Trata-se somente de algumas provocações a serem aprofundadas para que a liturgia se torne vida, espiritualidade encarnada, animada pela esperança e o espírito de espera do Senhor que voltará.