Acolhida:
Receber a cada um com alegria,
entregar as folhas com o roteiro e os cantos usados.
Ambiente:
Fotos e ilustrações das
procissões, enfeites e em geral de celebrações de Corpus Chisti. Lugar para a
Palavra. Fazer um caminho até o lugar da palavra de Deus e colocar as fotos e
ilustrações no caminho.
Oração Inicial
Canto:
Vamos todos louvar juntos
o mistério do amor,
pois o preço deste mundo
foi o sangue redentor,
recebido de Maria,
que nos deu o Salvador.
Veio ao mundo por Maria,
foi por nós que ele nasceu.
Ensinou sua doutrina,
com os homens conviveu.
No final de sua vida,
um presente ele nos deu.
Observando a Lei mosaica,
se reuniu com os irmãos.
Era noite. Despedida.
Numa ceia:refeição.
Deu-se aos doze em alimento,
pelas suas próprias mãos.
A Palavra do Deus vivo
transformou o vinho e o pão
no seu sangue e no seu corpo
para a nossa salvação.
O milagre nós não vemos,
basta a fé no coração.
Tão sublime sacramento
adoremos neste altar,
pois o Antigo Testamento
deu ao Novo seu lugar.
Venha a fé por suplemento
os sentidos completar.
Ao Eterno Pai cantemos
e a Jesus, o Salvador.
Ao Espírito exaltemos,
na Trindade, eterno amor.
Ao Deus Uno e Trino demos
a alegria do louvor.
Invocação ao Espírito Santo
Oh vinde, Espírito Criador,
as nossas almas visitai
e enchei os nossos corações
com vossos dons celestiais.
Vós sois chamado o Intercessor,
do Deus excelso o dom sem par,
a fonte viva, o fogo, o amor,
a unção divina e salutar.
A nossa mente iluminai,
os corações enchei de amor,
nossa fraqueza encorajai,
qual força eterna e protetor.
Recordação da vida
(Recordar em especial os
acontecimentos da vida litúrgica da Igreja em geral e da comunidade local.
Recordar as motivações que teremos para celebrar no mês de junho)
Cantar: recordações, lembranças da vida, sofrida e querida na festa e na dor,
recebe nas mãos a recordação dos filhos e filhas amados, Senhor.
Mantra/Aclamação
O cálice por nós abençoado é a
nossa comunhão no Sangue do Senhor.
João 6, 51-58
51 Eu sou o pão vivo que desceu
do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão, que eu hei de dar, é
a minha carne para a salvação do mundo. 52 A essas palavras, os judeus começaram a
discutir, dizendo: Como pode este homem dar-nos de comer a sua carne? 53 Então
Jesus lhes disse: Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do
Filho do Homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós mesmos.
54 Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o
ressuscitarei no último dia. 55 Pois a minha carne é verdadeiramente uma comida
e o meu sangue, verdadeiramente uma bebida. 56 Quem come a minha carne e bebe o
meu sangue permanece em mim e eu nele. 57 Assim como o Pai que me enviou vive,
e eu vivo pelo Pai, assim também aquele que comer a minha carne viverá por mim.
58 Este é o pão que desceu do céu. Não como o maná que vossos pais comeram e
morreram. Quem come deste pão viverá eternamente.
Preces:
R. Felizes os convidados para a ceia do Senhor!
1 Cristo, Sacerdote da nova e
eterna Aliança, que no altar da cruz oferecestes ao Pai um sacrifício
perfeito, ensinai-nos a oferecer
convosco este sacrifício santo. R.
2 Cristo, rei de paz e de
justiça, que consagrastes o pão e o vinho como sinais da vossa oferenda, associai-nos ao vosso sacrifício, como
oferenda agradável a Deus Pai. R.
3 Cristo, verdadeiro adorador do
Pai, que do nascer ao pôr do sol sois oferecido pela Igreja como uma oblação
pura, congregai na unidade do vosso
corpo os que saciais com o mesmo pão. R.
4 Cristo, maná descido do céu,
que alimentais a Igreja com o vosso corpo e o vosso sangue, fortificai-a na caminhada para o Pai. R.
5 Cristo, que estais à porta e
bateis, entrai e vinde sentar à nossa
mesa. R.
Encerra-se o momento das preces rezando o Pai Nosso
Estudo de temas
Se o grupo for grande pode-se
dividir em quatro grupos, se for menor escolham, pelo menos, dois temas de
estudo. (veja os temas em anexo abaixo)
Cada grupo vai ler o texto e
responder às perguntas:
1. Quais as idéias mais
importantes do texto?
2. O que o texto tem há ver com
nossa realidade concreta?
3. O que podemos fazer para
relacionar as idéias dos textos com vivência da liturgia nas celebrações deste
mês?
Faz-se uma apresentação de cada
grupo para os outros grupos. Escolhem-se as sugestões que possam ser assumidas
pela Pastoral Litúrgica como um todo.
Encaminhamentos
práticos da Pastoral Litúrgica
Ver as questões a serem
encaminhadas sobre formação, reuniões e organização das equipes de celebração,
etc...
Oração Final
Canto:
1. Eu sou o pão do amor vivo/ Que
desceu do céu / Não morrerá jamais/ Quem dele comer/ Pois terá a vida eterna
Presença real,/ Não é mais pão/ É o corpo de Jesus / Que se entregou
por nós na cruz/ É presença real / Presença real,/ Não é mais vinho/ É o sangue
do Senhor / É o mandamento do amor/ É presença real
2. Meu corpo e também meu sangue
é isto/ Que é dado por vós / E será perdão/ Para todo o pecado/ Eis a nova
aliança
3. E aquele que vem a mim livre/
Também vai ao Pai / E viverá feliz/ No Espírito Santo/ No projeto de Deus
4. Viver no amor e na paz de
Cristo/ É a nossa missão / Não temerá jamais/ Quem a vida doar/ Em favor dos
irmãos
Oração de Benção
O Senhor nos abençoe, nos livre
de todo o mal e nos conduza à vida
eterna. Amém.
Despedida e abraço da Paz
Motivar todos a saudarem-se com abraço da paz.
Textos para o Estudo
Texto 1 – Grupo 1: Ecclesia de Eucharistia
O Concílio Vaticano II justamente
afirmou que o sacrifício eucarístico é « fonte e centro de toda a vida cristã
».(1)Com efeito, « na santíssima Eucaristia, está contido todo o tesouro espiritual
da Igreja, isto é, o próprio Cristo, a nossa Páscoa e o pão vivo que dá aos
homens a vida mediante a sua carne vivificada e vivificadora pelo Espírito
Santo ».(2) Por isso, o olhar da Igreja volta-se continuamente para o seu
Senhor, presente no sacramento do Altar, onde descobre a plena manifestação do
seu imenso amor.
3. Do mistério pascal nasce a
Igreja. Por isso mesmo a Eucaristia, que é o sacramento por excelência do
mistério pascal, está colocada no centro da vida eclesial. Isto é visível desde
as primeiras imagens da Igreja que nos dão os Atos do Apóstolos: « Eram
assíduos ao ensino dos Apóstolos, à união fraterna, à fração do pão, e às
orações » (2, 42). Na « fração do pão », é evocada a Eucaristia. Dois mil anos
depois, continuamos a realizar aquela imagem primordial da Igreja. E, ao
fazê-lo na celebração eucarística, os olhos da alma voltam-se para o Tríduo
Pascal: para o que se realizou na noite de Quinta-feira Santa, durante a Última
Ceia, e nas horas sucessivas. De fato, a instituição da Eucaristia antecipava,
sacramentalmente, os acontecimentos que teriam lugar pouco depois, a começar da
agonia no Getsémani. Revemos Jesus que sai do Cenáculo, desce com os
discípulos, atravessa a torrente do Cedron e chega ao Horto das Oliveiras. Existem
ainda hoje naquele lugar algumas oliveiras muito antigas; talvez tenham sido
testemunhas do que aconteceu junto delas naquela noite, quando Cristo, em
oração, sentiu uma angústia mortal « e o seu suor tornou-se-Lhe como grossas
gotas de sangue, que caíam na terra » (Lc 22, 44). O sangue que, pouco antes,
tinha entregue à Igreja como vinho de salvação no sacramento eucarístico,
começava a ser derramado; a sua efusão completar-se-ia depois no Gólgota,
tornando-se o instrumento da nossa redenção: « Cristo, vindo como Sumo
Sacerdote dos bens futuros [...] entrou uma só vez no Santo dos Santos, não com
o sangue dos carneiros ou dos bezerros, mas com o seu próprio sangue, tendo
obtido uma redenção eterna » (Heb 9, 11-12).
11. « O Senhor Jesus, na noite em
que foi entregue » (1 Cor 11, 23), instituiu o sacrifício eucarístico do seu
corpo e sangue. As palavras do apóstolo Paulo recordam-nos as circunstâncias
dramáticas em que nasceu a Eucaristia. Esta tem indelevelmente inscrito nela o
evento da paixão e morte do Senhor. Não é só a sua evocação, mas presença
sacramental. É o sacrifício da cruz que se perpetua através dos séculos.(9)
Esta verdade está claramente expressa nas palavras com que o povo, no rito
latino, responde à proclamação « mistério da fé » feita pelo sacerdote: «
Anunciamos, Senhor, a vossa morte ».
A Igreja recebeu a Eucaristia de
Cristo seu Senhor, não como um dom, embora precioso, entre muitos outros, mas
como o dom por excelência, porque dom d'Ele mesmo, da sua Pessoa na humanidade
sagrada, e também da sua obra de salvação. Esta não fica circunscrita no
passado, pois « tudo o que Cristo é, tudo o que fez e sofreu por todos os
homens, participa da eternidade divina, e assim transcende todos os tempos e em
todos se torna presente ».(10)
Quando a Igreja celebra a
Eucaristia, memorial da morte e ressurreição do seu Senhor, este acontecimento
central de salvação torna-se realmente presente e « realiza-se também a obra da
nossa redenção ».(11) Este sacrifício é tão decisivo para a salvação do género
humano que Jesus Cristo realizou-o e só voltou ao Pai depois de nos ter deixado
o meio para dele participarmos como se tivéssemos estado presentes. Assim cada
fiel pode tomar parte nela, alimentando-se dos seus frutos inexauríveis. Esta é
a fé que as gerações cristãs viveram ao longo dos séculos, e que o magistério
da Igreja tem continuamente reafirmado com jubilosa gratidão por dom tão
inestimável.(12) É esta verdade que desejo recordar mais uma vez, colocando-me
convosco, meus queridos irmãos e irmãs, em adoração diante deste Mistério:
mistério grande, mistério de misericórdia. Que mais poderia Jesus ter feito por
nós? Verdadeiramente, na Eucaristia demonstra-nos um amor levado até ao «
extremo » (cf. Jo 13, 1), um amor sem medida.
Texto 2 – Grupo 2: Carta
apostólica Dominicæ Cenæ (24 de Fevereiro de 1980)
Eucaristia e Igreja
4. Graças ao Concílio nós
demo-nos conta, com vigor renovado, desta verdade: assim como a Igreja
"faz a Eucaristia", assim "a Eucaristia constrói" a Igreja
(16); e esta verdade anda intimamente ligada ao mistério da Quinta-Feira Santa.
A Igreja foi fundada, como comunidade nova do Povo de Deus, na comunidade
apostólica daqueles Doze que, durante a última Ceia, se tornaram participantes
do Corpo e do Sangue do Senhor sob as Espécies do pão e do vinho. Cristo
tinha-lhes dito: "tomai e comei...", "tomai e bebei...". E
eles, cumprindo esta Sua ordem, entraram, pela primeira vez, em comunhão
sacramental com o Filho de Deus, comunhão que é penhor de vida eterna. E a partir
daquele momento até ao fim dos séculos, a Igreja constrói-se mediante a mesma
comunhão como Filho de Deus, que é penhor de Páscoa eterna.
No entanto, a Igreja não se
realiza somente mediante o fato da união entre os homens, através da
experiência da fraternidade, a que dá ocasião o banquete eucarístico. A Igreja
realiza-se quando naquela fraterna união e comunhão celebramos o sacrifício da
Cruz de Cristo, quando anunciamos "a morte do Senhor até que Ele
venha" (17); e, depois, quando profundamente compenetrados do mistério da
nossa Salvação, nos aproximamos comunitariamente da mesa do Senhor, para
alimentar-nos, de modo sacramental, dos frutos do Santo Sacrifício
propiciatório. Na Comunhão eucarística, pois, recebemos Cristo, o próprio
Cristo; a nossa união com Ele, que é dom e graça para cada um de nós, faz com
que n'Ele sejamos também associados à unidade do seu Corpo que é a Igreja.
Só assim, mediante uma tal fé e
uma tal disposição de alma, se torna realidade aquela construção da Igreja,
que, conforme a conhecida expressão do II Concílio do Vaticano, tem na
Santíssima Eucaristia a sua "fonte e ápice" (18).
Esta verdade, que graças ao mesmo
Concílio, tem vindo a conhecer um novo e vigoroso relevo (19), deve ser tema
frequente das nossas reflexões e do nosso ensino. Dela se alimente toda a
actividade pastoral, e que ela seja sustento para nós próprios e para todos os
Sacerdotes que colaboram connosco, e enfim para as inteiras comunidades que nos
estão confiadas. Assim, nesta prática há-de revelar-se, quase a cada passo,
aquela íntima relação existente entre a vitalidade espiritual e apostólica da
Igreja e a Eucaristia, entendida no seu significado profundo e sob todos os
pontos de vista (20).
Eucaristia e Caridade
A Eucaristia significa esta
caridade, e por isso a recorda, a toma presente e ao mesmo tempo a realiza.
Todas as vezes que nela participamos de modo consciente, abre-se na nossa alma
uma dimensão real daquele amor imperscrutável que em si contém tudo aquilo que
Deus fez para nós homens, e que continuamente faz, segundo as palavras de
Cristo: "O meu Pai opera sempre e também eu opero" (21). Juntamente
com este dom insondável e gratuito, que é a caridade revelada, até ao extremo,
no sacrifício salvífico do Filho de Deus, de que a Eucaristia é sinal indelével,
nasce também em nós uma resposta de amor. Não só conhecemos o amor, mas também
nós próprios começarmos a amar. Nós entramos, por assim dizer, no caminho do
amor e por este caminho fazemos progressos. O amor que em nós nasce da
Eucaristia, também em nós se desenvolve, se aprofunda e se reforça, graças a
ela.
O culto eucarístico, pois, é
exatamente expressão de um tal amor, que é a autêntica e mais profunda
característica da vocação cristã. Este culto brota do amor e serve ao amor,
para o qual todos nós somos chamados em Jesus Cristo (22). É fruto vivo deste
mesmo culto é o aperfeiçoamento da imagem de Deus que trazemos em nós, imagem
que corresponde àquela que Cristo nos revelou. Tornando-nos assim
"adoradores do Pai em espírito e em verdade" (23), nós maturamos numa
cada vez mais plena união com Cristo, estamos mais unidos a Ele e — se é
permitido usar esta expressão — estamos cada vez mais solidários com Ele.
A doutrina da Eucaristia, sinal
da unidade e vínculo da caridade, ensinada por São Paulo (24), foi em seguida aprofundada
pelos escritos de muitos Santos, que são para nós um exemplo vivo do culto
eucarístico. Devemos ter sempre diante dos olhos esta realidade e, ao mesmo
tempo, devemos esforçar-nos continuamente por fazer com que também a nossa
geração ajunte àqueles maravilhosos exemplos do passado, exemplos novos, não
menos vivos e eloquentes, em que se reflicta a época à qual nós pertencemos.
Texto 3 – Grupo 3: Carta apostólica Dominicæ Cenæ (24
de Fevereiro de 1980)
Eucaristia e Próximo
6. O autêntico sentido da
Eucaristia torna-se, de per si, escola de amor activo para com o próximo. Nós
sabemos que é assim a ordem verdadeira e integral do amor que o Senhor nos
ensinou: "nisto precisamente todos reconhecerão que sois meus discípulos:
se tiverdes amor uns pelos outros" (25). E a Eucaristia educa-nos para
este amor de maneira mais profunda; ela demonstra, de facto, qual o valor que
têm aos olhos de Deus todos os homens, nossos irmãos e irmãs, uma vez que
Cristo se oferece a Si mesmo de igual modo a cada um deles, sob as Espécies do
pão e do vinho. Se o nosso culto eucarístico for autêntico, deve fazer crescer
em nós a consciencialização da dignidade de todos e de cada um dos homens. A
consciência dessa dignidade, depois, torna-se o motivo mais profundo da nossa
relação com o próximo.
Devemos também tornar-nos
particularmente sensíveis a todos os sofrimentos e misérias humanas, a todas as
injustiças e arbitrariedades, buscando a maneira de a isso remediar de forma
eficaz. Aprendamos a descobrir com respeito a verdade sobre o homem interior,
porque é precisamente esse íntimo do homem que se torna morada de Deus presente
na Eucaristia. Cristo vem aos corações e visita as consciências dos nossos
irmãos e irmãs. Como se modifica a imagem de todos e de cada um dos homens,
quando tomamos consciência desta realidade, quando a tornamos objecto das
nossas reflexões! O sentido do Mistério eucarístico impele-nos ao amor para com
o próximo, ao amor para com todos e cada um dos homens (26).
Eucaristia e Vida
7. Sendo portanto fonte de
caridade, a Eucaristia esteve sempre no centro da vida dos discípulos de
Cristo. Ela tem o aspecto de pão e de vinho, ou seja, de comida e de bebida, e
por isso é tão familiar para o homem, conexa de modo tão íntimo com a sua vida,
como o são precisamente a comida e a bebida. A veneração de Deus que é Amor, no
culto eucarístico nasce daquela espécie de intimidade com que Ele próprio,
analogamente à comida e à bebida, enche o nosso ser espiritual,
assegurando-lhe, de modo semelhante àquelas, a vida. Tal veneração
"eucarística" de Deus corresponde estritamente, portanto, aos seus
planos salvíficos. Ele mesmo, o Pai, quer que "os verdadeiros
adoradores" (27), O adorem precisamente assim; e Cristo é intérprete desse
querer; e isso, com as suas palavras e, simultaneamente, com este Sacramento,
no qual nos torna possível a adoração do Pai, da maneira mais conforme com a
Sua vontade.
De um conceito assim do culto
eucarístico se origina, depois, todo o estilo sacramental da vida do cristão.
Efectivamente, o levar uma vida baseada nos Sacramentos, animada pelo
sacerdócio comum, quer dizer antes de mais nada, da parte do cristão, o desejar
que Deus aja nele para o fazer chegar no Espírito "à plena estatura de
Cristo" (28). E Deus, da Sua parte, não o toca somente através dos
acontecimentos e com a sua graça interna, mas age nele, com maior certeza e
vigor, através dos Sacramentos. Estes conferem à vida do cristão um estilo
sacramental.
Pois bem: dentre todos os
Sacramentos, é a Santíssima Eucaristia que faz chegar à plenitude a sua
iniciação de cristão e que confere ao exercício do sacerdócio comum esta forma
sacramental e eclesial que o põe em conexão — como já aludi em precedência (29)
— com o exercício do Sacerdócio ministerial. Deste modo, o culto eucarístico é
centro e fim de toda a vida sacramental (30). Repercutem continuamente nele,
com um eco profundo, os Sacramentos da iniciação cristã: Baptismo e
Confirmação. Onde é que se expressa melhor a verdade de não somente "nos
chamarmos", mas também de que "realmente o somos, filhos de
Deus" (31), em virtude do sacramento do Baptismo, senão no facto
precisamente de que na Eucaristia nos tornamos participantes do Corpo e do
Sangue do unigénito Filho de Deus? E o que é que melhor nos predispõe para
sermos "verdadeiras testemunhas de Cristo" (32), perante o mundo,
como há-de resultar do sacramento da Confirmação, senão a Comunhão eucarística,
em que Cristo Se nos dá em testemunho a nós e nós damos testemunho d'Ele?
Texto 4 – Grupo 4:
Catecismo da Igreja Católica 1324
a 1332
I. A Eucaristia – fonte e cume da vida eclesial
1325. «A comunhão de vida com
Deus e a unidade do povo de Deus, pelas quais a Igreja é o que é, são
significados e realizados pela Eucaristia. Nela se encontra o cume, ao mesmo
tempo, da acção pela qual Deus, em Cristo, santifica o mundo, e do culto que no
Espírito Santo os homens prestam a Cristo e, por Ele, ao Pai» (148).
1326. Enfim, pela celebração
eucarística, unimo-nos desde já à Liturgia do céu e antecipamos a vida eterna,
quando «Deus for tudo em todos» (1 Cor 15, 18 ).
1327. Em síntese, a Eucaristia é
o resumo e a súmula da nossa fé: «A nossa maneira de pensar está de acordo com
a Eucaristia: e, por sua vez, a Eucaristia confirma a nossa maneira de pensar»
(149).
II. Como se chama este sacramento?
Eucaristia, porque é acção de
graças a Deus. As palavras« eucharistein» (Lc 22, 19; 1 Cor 11, 24) e
«eulogein» (Mt 26, 26; Mc 14, 22) lembram as bênçãos judaicas que proclamam –
sobretudo durante a refeição – as obras de Deus: a criação, a redenção e a
santificação.
1329. Ceia do Senhor (150),
porque se trata da ceia que o Senhor comeu com os discípulos na véspera da sua
paixão e da antecipação do banquete nupcial do Cordeiro (151) na Jerusalém
celeste.
Fracção do Pão, porque este rito,
próprio da refeição dos judeus, foi utilizado por Jesus quando abençoava e
distribuía o pão como chefe de família (152), sobretudo aquando da última ceia
(153) . É por este gesto que os discípulos O reconhecerão depois da sua
ressurreição (154) e é com esta expressão que os primeiros cristãos designarão
as suas assembleias eucarísticas (155). Querem com isso significar que todos os
que comem do único pão partido, Cristo, entram em comunhão com Ele e formam um
só corpo n'Ele (156).
Assembleia eucarística («sýnaxis»),
porque a Eucaristia é celebrada em assembleia de fiéis, expressão visível da
Igreja (157).
1330. Memorial da paixão e
ressurreição do Senhor. Santo Sacrifício, porque actualiza o único sacrifício
de Cristo Salvador e inclui a oferenda da Igreja; ou ainda santo Sacrifício da
Missa, «Sacrifício de louvor» (Heb 13, 15) (158), Sacrifício espiritual (159)
Sacrifício puro (160) e santo, pois completa e ultrapassa todos os sacrifícios
da Antiga Aliança.
Santa e divina Liturgia, porque
toda a liturgia da Igreja encontra o seu centro e a sua expressão mais densa na
celebração deste sacramento; no mesmo sentido se lhe chama também celebração
dos Santos Mistérios. Fala-se igualmente do Santíssimo Sacramento, porque é o
sacramento dos sacramentos. E, com este nome, se designam as espécies
eucarísticas guardadas no sacrário.
1331. Comunhão, pois é por este
sacramento que nos unimos a Cristo, o qual nos torna participantes do seu corpo
e do seu sangue, para formarmos um só corpo (161); chama-se ainda as coisas santas
(«tà hágia»; «sancta») (162) – é o sentido primário da «comunhão dos santos» de
que fala o Símbolo dos Apóstolos – , pão dos anjos, pão do céu, remédio da
imortalidade (163), viático...
1332. Santa Missa, porque a
liturgia em que se realiza o mistério da salvação termina com o envio dos fiéis
(«missio»), para que vão cumprir a vontade de Deus na sua vida quotidiana.